Faz perder o sorriso que costumamos ter quando o avião descola e aterra...
Sempre gostei de o fazer na cabine e continuo a gostar.
E sente-se bem a diferença.
Não se ouve o papaguear e os risos constantes, agora só se ouve o silêncio e os suspiros no primeiro alinhamento com a rota ou desaceleração do avião. Vê-se a cara de medo dos passageiros quando o sinal de cintos pisca e me dá licença para levantar. Parece que estão a perguntar o que é que se vai passar. Depois vêem-me a fechar as cortinas e relaxam.
Não fiquei com medo de voar nem me deixou mais consciente da minha responsabilidade. Felizmente temos uma excelente formação nesse aspecto.
Acho que a principal diferença está no passageiro.
Nos próximos tempos vão todos entrar mais nervosos mais ansiosos e mais sequiosos do nosso conforto e de se sentirem seguros connosco. E isto obriga-nos a mudar a nossa postura no avião. Não podemos ser tão comerciais e tão sorrisos, temos de vestir mais o chapéu da segurança e mostrar uma postura que inspire mais reliability ao passageiro. Mas é preciso jogo de cintura porque o que nós queremos é que o passageiro se divirta e se lembre o menos possível que os acidentes acontecem por isso não podemos ter uma postura demasiado agressiva mas também não queremos que ele pense que nós só lá estamos para embelezar o avião e que se for necessário não saberemos actuar.
De uma forma geral tenho notado que acatam muito melhor as nossas instruções o que facilita o nosso trabalho e não penso que seja inteiramente mau que as pessoas entrem mais alerta no avião. Talvez se os passageiros da spanair estivessem mais alerta mais alguns tivessem conseguido sair do avião.
Mas faz sempre perder o sorriso lembrar aqueles que não conseguiram fazer aquilo para o qual foram formados e todos os outros que dependiam deles.
quarta-feira, 27 de agosto de 2008
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